13/04/2012

E ainda falam que aqui não tem racismo...

     




      Eu estava dando uma olhada nas atualizações de meus amigos quando me deparei com uma atualização de uma amiga minha, a Minnie, do blog Maxibolsa. E, mais uma vez, eu fiquei indignada com o que eu li.

      Quem relatou o ocorrido foi Lúcia Udemezue, sobre uma demonstração terrível de que no Brasil o racismo está mais vivo do que nunca. E essa notícia não foi divulgada por nenhum meio de comunicação. Pelo menos, eu acho, que uma notícia dessas seria muito divulgada.

      Irei simplesmente copiar e colar a postagem dela, para que eu não deixe de relatar nenhum detalhe.

      "5 dias depois da comemoração Dia Internacional para a Eliminação da Descriminação Racial pelo massacre na África do Sul, (que é realizado em memória do Massacre de Shaperville onde em 21 de março de 1960, 20.000 negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular e sofreram uma repressão militar onde o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos.)

      No dia 26 de março, as 5 horas da tarde na cidade de São Paulo a capital que se considera a amais cosmopolita e rica da América Latina fez algo que só foi visto pela última vez na época do comércio de negros na condição de escravos. Mais de 7 delegados da Polícia Federal, Polícia Militar, força tática, polícia científica e polícia civil fortemente armados munidos com gás de pimenta e com cães farejadores, ônibus e muitas viaturas, mas muitas viaturas a perder de vista fecharam as portas da Galeria Presidente na rua 24 de maio com todo mundo dentro começaram a dar batida em todas os comércios do prédio... o que bastava pra você ser detido e humilhado era ser negro e estrangeiro... tanto que até agora tenho a notícia de que além dos nigerianos foram presos, camaroneses, angolanos, senegaleses e haitianos. A desculpa para ação era que estavam procurando drogas. Homens, mulheres, jovens, idosos, grávidas (simm grávidas de 8 meses!!), TOD@S foram humilhados e mesmo portando documentos e estando “limpos” foram arrastados sob forte pressão psicológica para entrarem em um ônibus/viatura até a sede da Polícia Federal. Além da Galeria Presidente os policias percorreram outros locais aonde a comunidade africana se reúne, como igrejas e comércios e também levaram todos... no total se estima que mais de 700 pessoas foram levadas arbitrariamente sem saber o que estava acontecendo. 
As pessoas ficaram espalhadas pelo auditório e por diversas salas e sentadas no chão pela falta de espaço e de tanta gente que tinha, algumas pessoas passaram mal e também não puderam se comunicar. A notícia é que a última pessoa saiu da sede da Policia Federal no dia seguinte as 11h30 da manhã. Existem denúncias de que muitas lojas foram saqueadas e que muito dinheiro sumiu entre cartões de créditos e etc. Isso tudo são denúncias que vão ser apuradas, entre outras muito mais tristes e humilhantes que eu não vou descrever aqui. 


      O ponto que eu quero chegar é: Diante dessa situação eu convoco de coração aqueles que de alguma forma tem a sensibilidade de não só gostar da cultura negra ou africana que pudesse contribuir para que este caso seja amplamente divulgado e que possamos fazer um ato, apitaço, tamborzaço ou o que seja para sinalizar aos militares e aos racistas imundos que atitudes covardes como essa NÓS NÃO ACEITAREMOS! A história já nos disse que a repressão sempre começa pelo lado mais frágil, assim como os movimentos negros na ditadura foram os primeiros torturados. Não estamos de boca aberta. Meu sangue ferve e eu honrarei da melhor forma possível e sempre a integridade humana e do sobrenome que eu carrego."

      Isso é lamentável...

      Beijinhos

Um comentário:

Bolo Doce Bolo disse...

Olá querida amiga, vim retribuir a visitinha e agradecer pelo carinho.Parabéns pelo belissimo blog,já estou seguindo.Qdo puder, passe lá pelo Bolo e deliciesse com as ultimas postagens.Bjs!!!